o relógio marca 3:04, é madrugada. Sentado na janela, Dan vê a neblina recriminar o lado de fora da casa. Ele pára, observa Caio dormir, então se senta ao seu lado, desliza a mão pelo corpo do rapaz, acariciando os músculos, parece ao mesmo tempo um garoto e um adulto. Caio se deita sobre as cochas de Dan, enquanto este o acaricia os cabelos.
- Tu és tão lindo... tão perfeito, eu te amo. - Dan, fica constrangido com o silencio do primo; não houve reação nenhuma a sua declaração de amor. - Eu vou lutar pelo teu amor, vou enfrentar tudo e todos.
- Eu também te amo, Dan. E isso é novo para mim. Eu estou inseguro.
- Inseguro? Eu é quem deve fica inseguro e receoso, tu é mais jovem, mais bonito, mais alto, até mais rico que eu. Mas eu não estou receoso, eu estou sentido o meu corpo em chamas, é uma sensação que eu nunca senti, e na verdade não sei bem o que é.
- É que fico meio sem chão quando estou ao lado, sinto que posso atravessar um abismo sobre uma corda se tu tiveres segurando minha mão. Eu iria para o inferno por ti, eu iria para o inferno contigo.
- Então, vamos atravessar esse inferno juntos e de mãos dadas, Caio.
Caio ri da resposta de Dan, mas este fica tímido, pois o sorrido do seu amado tem esse estranho e gentil milagre sobre ele. - Caio, se eu te pedir uma coisa, qualquer coisa no mundo tu me darias? - Caio liga o abajur liga o aparelho de som para ouvir um pouco de Cartola, pára encara seriamente Dan, e depois vem aquele grande, quente e mágico sorriso se chocar contra o humor duro e melancólico de Dan. - Claro que sim, basta me pedir.
- Então casa comigo. Vamos morar juntos. Vamos casar realmente. O que me dizes.
- Aceito, aceito. Aceito! C-a-r-a-m-b-a! Estamos noivos, acho isso maravilhoso.
- Caio... Tu achas que a diferença de idade entre nós dois vai atrapalhar alguma coisa?
- Bem, Dan, quando eu tiver com 150 anos e tu com 160 acho que isso não fará muita diferença. Além do mais isso não me importa em nada. – Uma rápida pausa e um ar sombrio se manifesta no rosto angelical de Caio. - Tem uma tempestade dentro de mim e vou encará-la sem proteção nenhuma. Vou me deixar submergir por tudo o que eu estou sentindo.
- Por que estás falando isso meu menino?
- Eu sempre achei que era calmo quando na verdade eu fui controlado a vida toda, na verdade eu deixo as pessoas decidirem tudo por mim. Que música eu ia ouvir, que esporte praticar, com quem andar, e até do que gostar. Isso pra não mencionar minha carreira. Sabe? Isso era confortável para mim. Eu não tinha que me preocupar com nada. Então, de repente percebi que tinha essa agonia dentro de mim o tempo todo. Tu sabes por que eu nunca fiz sexo a minha vida toda?
- Não, diz ai.
- Por que eu estava esperando por ti, todo esse tempo.
- Como assim?
- Eu percebi que eu não consigo fazer sexo apenas por fazer, quero que a minha primeira vez seja alguém realmente importante para mim e não uma prostitua ou alguém que eu conheci em um bar, como aconteceu com uns amigos meus. Parece uma idéia estúpida eu sei, mas fazer o que, né?
- Pelo contrario achei honesto e bonito de sua parte.
- Dan, se eu te pedir uma coisa qualquer coisa no mundo inteiro tu me daria?
- Sim, o que?
- É uma coisa que só tu podes me dar e que tu quase nunca usas: teu sorriso. Sorri para mim.
Alonso dos Andes
desculpem a demora na publicação deste novo conto.... mas é que estava um tanto ocupado.
ResponderExcluirsenti sua falta ... mas feliz por poder desfrutar de novo desta delícia que o romance de Dan e Caio ... esta pureza e sutileza me fascinam ...
ResponderExcluirbjux querido e bom domingo
;-)
Que tranquilo, mas parece que os dois vão realmente para frente, mais o amigo do Dan, não seria um triangulo amorso?
ResponderExcluirFique com Deus, menino Alonso dos Andes.
Um abraço.
Uau...
ResponderExcluirMuito delicado o texto. Tema polêmico tratado com serenidade.
Lindo!
Parece que os dois se dão tão bem. Quero ver o desenrolar da história, e como reagirão aos obstáculos que serão colocados no relacionamento deles.
Acho que se amam ao ponto de não se separarem.
Torço para que fiquem juntos.
até.
XO - KEY
ResponderExcluirfoi lindoooo ^^
Acho improvável, Dom (Dominic) é hetero e de boa ele não transaria com nenhuma amiga ou amigo.
ResponderExcluirOi Alonso, tudo bem?
ResponderExcluirAi que lindo, acho tão fofo esses momentos, dá uma vontade de ter alguém, d ser pedido em casamento, rsrsrs.
Deve ser tudo, acho q daria pulos e pulos na hora, rsrs
E viva a intensidade, rs
:)
Olá passando aqui para lhe desejar uma ótima semana. Estou acompanhando a história!
ResponderExcluirBeijinhos a vc!
Caraca valeu a pena esperar, muito bom o texto
ResponderExcluirOlá, Alonso!
ResponderExcluirMesmo, sendo visto com certeza estranheza de minha parte - a questão de duas pessoas do mesmo sexo se relacionarem - achei as trocas de falas muito bonitas e bem desenvolvidas. Pude imaginar toda a cena enquanto lia!
Meus Parabéns pelo dom que tem, meu caro! (:
Obrigado pela visita e pelos votos positivos que me deixou! Forte Abraço!
Uma bela quarta feira pra ti amigo...abraços
ResponderExcluirMuito fofo esse momento. Especialmente o final, do sorri pra mim.
ResponderExcluirEsperando os próximos contos XD
Abraços!
...e pensar que tudo começa
ResponderExcluirnum sorriso aberto.
bj, querido!
Eita nóis, difícil opinar um conto assim. A história está linda mas... enfim!
ResponderExcluirBoa sorte na construção do conto.
Imaginei um amor infantil.
ResponderExcluirDuas jovens almas.
Olha os pés e as mãos por aí hehe.
Microabraço.
Tua narrativa é doce. =)
ResponderExcluirAlonso, obrigado pela visita e 'tímido comentário' no meu blog. Seja bem-vindo por lá!
ResponderExcluirEntão, quanto à sua blogada, é aquela coisa do amor romântico que está praticamente em extinção. Alguns poucos tem a sorte de tê-lo.
Abraços!
Realmente você tem um dom nato para desenvolver uma história emocionante. Concordo com o Wilian em tudo, mas também consegui imaginar toda a cena enquanto lia. Obrigado pela visita, volte sempre e se quiser pode me seguir.
ResponderExcluirParabéns
E ele sorriu?? Quero saber! Rs.
ResponderExcluirEnfim, obrigado pelo coment no meu post sobre a infância dos anso 80 e 90, e uma pergunta? Musicas de quem você ouvia na sua infância? Mara Maravilha? Sergio Malandro ou Eliana? eu não ouvia?
abraçuuu.
Dand.
Nossa, que lindo heim?
ResponderExcluirAdorei o conto... Bjão!!
Voltas intenso como sempre.
ResponderExcluirEssa sua sensibilidade e elegancia na forma de falar de algo tão sensível me encanta.
Adoro esse romantismo puro e desprovido de malícias, é o amor na sua essência e beleza!
Bju
Olá intenso e doce poeta,escriba das da vida coisas,sensibilidade tua,é um violino afinadíssimo,paganini tocandviva la vida
ResponderExcluirUaal *-------------------*
ResponderExcluirameeii
bjs
Ficou lindo! bonito casal :D
ResponderExcluirmuito bom.
ResponderExcluirMaurizio
O.O eu disse que essa era um ótima historia..
ResponderExcluirvoltei e li os antigos post!
PERFEITO ;D
Cara, venho retribuir a visita!
ResponderExcluirGostei do seu espaço e de cara me deparei com esse seu tema, que independente de ser o que é, traz o pedido de volta do amor antigo.
E isso, certamente, está em falta nas pessoas hoje. Vivemos o invólucro. As conquistas são para poucos.
Vejo nas minhas poesias que sempre tornam de suas destinatárias.
Um abraço!
As vezes queremos dar o mundo a quem amamos.
ResponderExcluirQuando só o precisam é bem simples.
Como um sorriso, um olhar.
Beijo
Juliane S. Rocha
ame amei e ameiii
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