Canto do escritor:
Sente-se e sinta-se à vontade!

terça-feira, 30 de março de 2010

amor



são morenos os olhos inquietos.  é pequena a boca vermelha salvadora . é glabo o corpo onde embala-se. são  tranquilas as mãos que segura, mãos que escolheu para pertencer. abre bem suas percepções para sorver o cheiro  que tanto se delicia. quer cada vez mais se embriagar no gosto doce desta pélvis.  a música  em tom de  baritono desentoa o equilibrio que precisa agora.  as pernas no ar formam uma mascula borboleta.  é arte extasiante o suor descendo pelo corpo daquele que ama. ele não pega sol, a pele é pálida e soltam faíscas eletricas. ele não precisa de sol, de energia solar, não, ele não precisa, ele é a própria força da aceleração. da testa dele cai uma gota certeira  em sua língua. a testa produz cada vez mais gostas salgadas deliciosas. ele é a própria força da aceleração. estão ofegantes. ele está em estado de graça. como se estivesse em um jardim secreto particular cheio de maravilhas. olhar seu rosto feliz de prazer é a forma mais deliciosa de viver. os lábios quentes provocam um frio na colouna vertebral. os olhos morenos cerram-se.  e com os morenos olhos fechados ele corre cada vez mais rápido para dentro do seu jardim secretamente espetacular, jardim mágico.  olhos morenos e sorriso glorioso. a força da aceleração termina com a voz de baritono dizendo: " - eu te amo!" Ele está lívido,  lépido. agora deitado passa a mão nos pelos do coração. ainda está glorioso. a testa molhada. mais uma vez se ouve: " - eu te amo!". agora apenas a chuva e sua ópera. Dan e Caio dormem tranquilos. ah! O AMOR.


Alonso dos Andes

segunda-feira, 15 de março de 2010

Futebol ( 2º parte)





Fazer tudo certo, arrumar as condições corretas e ainda assim perde o jogo, isto deixa tudo mais dificil, mas arduo. Ser o Perdedor de tudo deixa um gosto amargo na boca. É com esse gosto amargo que Caio está. O gramado torna o sentimento  maior .
As sombras absortas dentro do entendimento traem a confiança em si mesmo, se sente a pior pessoa do mundo; o gosto do veneno penetra-lhe, está consumido, caído, morto.
- Ei. Tu podes ficar aí triste e abatido como um fracassado, ou podes ir a luta. -As palavras soam longe. - Eu estou contigo, cara. Isso não é coisa que se fale as pessoas.
- Fred, do que tu estás falando? Eu não vou fazer nada. Afinal de contas por que tu queres me ajudar? Tu me odeias. - Caio está serio, seu semblante feliz cede lugar a uma angustia. Há varias dúvidas. Seu bom humor dá lugar há raiva. Ela o  corroe.
- Eu não te odeio! - Olhar insisivo de Caio para Fred, faz este ri. - Tá certo, eu te odeio, mais odeio muito mais gente preconceituosa. Levanta daí, e vamos a luta, tu vais deixar ele te chamar de aberração e sair impune.
- Pode ser. Eu não estou me sentindo bem agora. - Não sei o que há comigo.
- Eu sei. Isso acontece quando se sofre algum tipo de discriminação. É a primeira vez que isso acontece contigo, é a primeira vez que saiste do teu mundinho lindo e gracioso. Agora tu sabes como eu me sentia na escolal, ser tratado mal por ser não ter grana, ou por transar com homens não é igual, eu sei, mas causa uma ferida quase impossivel de ser tratada. Qual é Caio? Sempre se soube dos meninos que assumiram e foram rejeitados, mas tu tem grana e status, a gente pode mudar isso. Aquele homofóbico tem que se ferrar.
- Fred, a vaga é tua, faça bom proveito dela.
- Não é a mesma coisa do que tira-la de ti. E a questão vai além disso, o preconceito existe dentro do esporte, afinal de contas quantos atletas tu conheces que são gays assumidamentes? Isso tem que mudar, porque eu acho uma hipocrisia.
- É realmente temos que fazer alguma coisa. Mas por que tu estás me ajudando, agora?
- Não gosto de ver ninguém sendo hulmilhado, que nao seja por mim.  E pelo tempo que fomos amigo.
De espirito renovado ambos saem e o Sol brilha mais intenso.



Aloso dos Andes.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Futebol ( 1° parte)

perceber o mundo ao redor quando se muito jovem pode ser um grande choque, principalmente quando não se tem mais idade para fazer o que antes se podia fazer....


O jogo foi marcado para às nove horas da manhã de um sábado. Caio iria disputar uma vaga em um time importante, se passar no teste fará parte do time nacional sub-18,um passo para o profissional, mundial e olipiadas. Isso seria a realização de uma vida, para qualquer garoto de dezoito anos. Caio não é diferente. Uma surpresa ao chegar, uma figura que não via há meses. Um antigo amigo de escola transformado em rival, esse é Fred dela Rocque. Ele está conversando com Anderson, o técnico, os dois conversam empolgados sobre algum assunto que deve ser muito pitoresco, já que ecoam. O treinador se anima com a chegada de seu favorito, abre um sorriso gigantesco.

- Grande Caio, tenho uma coisa para te avisar, terá uma disputa no meio de campo entre tu e o Fredão aqui. Só posso ter um dos dois no time como titular, quem se sair melhor fica com a vaga e o outro será o reserva. Agora, não quero frescura e vão logo se aquecer!

Aos poucos os outras pessoas foram chegando, tanto para assistir o jogo, quanto para jogar. Cai uma chuvinha fraca, magrecela, daquelas bem megeras, impassaveis. Enquanto se aqueciam os odis se entre olhavam. Há uma satisfação sarcastica e zombeteira no rosto de Fred, enquato para Caio sobram uma grande interrogação misturada a uma irritabilidade que ainda está sobe controle.

- O que tu estás fazendo?

- Estou me aquecendo. Como alguém que estuda medicina e pratica esportes, tu mais que ninguém, deveria saber a importancia de um bom aquecimento muscular antes de atividades fícas em geral.

Caio quase esqueceu como o rival poderia ser irritante, principalmente quando se faz de desentendido. Aquele riso amigavel nos lábios são puro veneno para o bom-humor de que o conhece.

- dela Rocque, tu não és zagueiro? O que tu está fazendo no meio-campo?

- Caio, meu amigo, na escola tu eras goleiro. Depois mudou. Eu fiz o mesmo, por que nada me daria mais prazer do que te ter como meu reserva. À propósito, eu soube dos teu pais, meus pesames.



Dan está com um aspecto cansado, de quem mal dormira, junto com ele está Audrey, ela, na última semana tem dado um grande apoio aos dois, contudo Caio tem fugido, nem se quer conversaram ainda.

Para os dois espectadores especiais da partida, este esporte é de um trabalho herculeo, algo totalemnte impossivel de ser realizado. Cervejas, cigarros, gritos euforicos, palavrões, uma torcida animada, basicamente composta de familiares e amigos dos jogadores, fora alguns olheiros esperançoso de encontrar um novo Pelé, ou Puskas.

O jogo é dificil. A finalização de Caio foi digna do que chama de futebol arte, o resotado foi um belo gol, que deixa a torcida em estado de graça. Do gramado Caio sauda Dan com beijos, este ruboriza na arquibancada.

- Isso o que da ter um futuro marido jogador de fubol. - Cochicha Audrey no ouvido de Dan.

O apito ressoa pelo campo, finalmente jogo encerrado. Apos esperar alguns minutos Caio finalmente aparece; Dan está quase dormindo no banco do motorista.

- Belo jogo meu amor, foi lindo. - Caio o abraça e beija, demoram algum tempo.

O treinador parece surpresso com o que ver. Fica vermelho. As apresentações são feitas. Ele nem liga para o homem a sua frente, apesar de falar com o mesmo. Anderson não pode acreditar que seu melhor jogador podesse fazer algo assim, mas guarda para si sua opnião.

- Rapaz, precisamos conversar, é inadiavel, me acompanhe ate o vestiario.

E um canto e em silencio, Fred se organiza para tomar um banho. O treinador não é um homem de escolher as palavras,muito menos de fazer rodeios, mas o caso pede.

- Tu sabes o motivo que leva garotos pobres, como eu fui, a se tornar jogadores de futebol? - Caio prefere o silencio a tentar uma resposta, mas seu olhar é firme. - Por que eles sonham, nao apenas por gostar de futebol, mas por muitas das vezes ser a única coisa que sabem fazer, então eu não posso retirar a vaga de alguém que precisa para uma pessoa como tu. Desse time tu estás dispensado. Boa sorte.

Sem entender direito, Caio peder um momento para analisar a situação.

- Desculpe, mas desde quando o fato de eu ter dinheiro atrapalhou eu de jogar futebol? Pelo contário, eu me esforço mais que todos.

- Não estou falando de tu seres rico, e sim, uma aberração. Não há lugar para gays aqui.

- Se tu disseres que eu sou mediocre, ruim, um pereba, Mas isso? Eu não aceito.

- Não há lugar para doentes como tu e aquele tal de Dan no futebol, e no que depender de mim tu nunca mais irá jogar futebol, neste país. Boa sorte como médico rapaz.

- Anderson isto aida não terminou.

- Acredite, acabou, para ti acabou.

O que se pode dizer quando estamos fracos diante do preconceito, principalemnte de onde menos esperamos?







Alonso do Andes