Há uma estranheza nos corredores da Wintersun Corp. A estranheza se dar por vários motivos; Dan chega atrasado, sua face sisuda está amenizada e ao seu lado um garoto, que até chega a lembrar-lo quando jovem. As ordens que são dadas como sempre: simples, explicadas, diretas se chocam contra aquele clima ameno e temperado.
As horas passam lentamente para Caio, sentado no sofá daquele escritório o tédio começa a lhe dominar. A fotografia dos antigos presidentes da empresa lhe encomodam, seus antepassados, seu próprio pai, o ambiente em si o machuca e na verdade ele não sabe o que está sentindo, estando pela primeira vez naquele lugar tão importante para todos que ele ama e amou. Pará na fotografia do pai e olha sorrindo, ele sempre sorria. Gosta tanto do pai; então vem uma angústia, aquele nó no enraizado do coração. Os pensamentos são confusos. Os pés se movem em várias direções, é a inquietação que lhe domina, as mãos formigam e a garganta doi, fita Dan por vários minutos, este apenas lhe sorri ao mesmo tempo em que a voz grave e o rosto vincado por um tom cáustico decide assuntos importantes no computador e ao telefone. Caio está preste a desmoronar, é visível, está preste a cair em um abismo sem fim aos olhos de quem possa ver. Caminhando lentamente enquanto o outro observava o rosto do patriarca da família, ali imortalizado na parede. O abraço é quente, não há outro lugar onde Caio queira está, não há outra coisa que Dan queira fazer. Abraço, conversas francas e sorriso.
- Desculpe! - Audrey parece está sem jeito - A secretária me mandou entrar. Temos umas coisas para acertar sobre o orçamento da próxima edição. - Os dois continuaram abraçados. Enquanto o olhar dela para o homem abraçado ao seu ex-noivo era de indagação, de inveja.
- Claro que lembro da nossa reunião. Tu já conheces o meu primo, o Sr. Wintersun do momento? - É visível o amor pulando das palavras de Dan para os ouvido de Audrey, é visível a timidez de Caio. Audrey o observa e sorri sinceramente.
- Então este é o nosso novo patrão? O prazer é meu. - Dan está feliz como nunca esteve antes, isso ela percebe com certa mágoa. Foi a primeira vez que Caio se vê como o dono daquilo tudo, nunca pensou em si como dono de nada, nunca se viu com tanta força em suas mãos. Sem jeito ele pede para sair da sala, ambos insistem para que ele fique, mas ele sai.
Existe aquele momento silencioso entre os dois. Ela diz que Caio é lindo, no que Dan concorda perfeitamente. Tentam falar de trabalho, mas apesar de tudo Audrey sempre foi a melhor amiga de Dan, ela não resiste e pergunta: - O que há entre vocês dois? Seja sincero comigo, vocês estão namorando?
- É tão óbvio assim. - Ela balança a mãos para cima e para baixo. Ele fica encabulado, como uma criança pega fazendo arte.
- Talvez para mim que te conheço melhor que todos seja óbvio. Mas para os outros seja apenas coisas entre primos. Tu ficas lindo apaixonado.
- Está tudo bem entre nós, Audrey?
- Claro que sim, eu te amo, e te amando quero apenas o melhor para tua vida. Eu vou confessar uma coisa, fiquei com um pouco de inveja desse tal de Caio.
- Como assim?
- Eu nunca ti vi rindo daquela forma enquanto fomos estávamos juntos. Uma felicidade sem igual. Estou feliz por ti, e pelo Caio.
- Nós vamos casar fim do mês.
- Eu quero ser a madrinha.
- Te amo Audrey. Não pensaria em pessoa melhor para me abençoar.