Canto do escritor:
Sente-se e sinta-se à vontade!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Dialogo na Madrugada fria.


o relógio marca 3:04, é madrugada. Sentado na janela, Dan vê a neblina recriminar o lado de fora da casa. Ele pára, observa Caio dormir, então se senta ao seu lado, desliza a mão pelo corpo do rapaz, acariciando os músculos, parece ao mesmo tempo um garoto e um adulto. Caio se deita sobre as cochas de Dan, enquanto este o acaricia os cabelos.
- Tu és tão lindo... tão perfeito, eu te amo. - Dan, fica constrangido com o silencio do primo; não houve reação nenhuma a sua declaração de amor. - Eu vou lutar pelo teu amor, vou enfrentar tudo e todos.
- Eu também te amo, Dan. E isso é novo para mim. Eu estou inseguro.
- Inseguro? Eu é quem deve fica inseguro e receoso, tu é mais jovem, mais bonito, mais alto, até mais rico que eu. Mas eu não estou receoso, eu estou sentido o meu corpo em chamas, é uma sensação que eu nunca senti, e na verdade não sei bem o que é.
- É que fico meio sem chão quando estou ao lado, sinto que posso atravessar um abismo sobre uma corda se tu tiveres segurando minha mão. Eu iria para o inferno por ti, eu iria para o inferno contigo.
- Então,  vamos atravessar esse inferno juntos e de mãos dadas, Caio.
Caio ri da resposta de Dan, mas este fica tímido, pois o sorrido do seu amado tem esse estranho e gentil milagre sobre ele. - Caio, se eu te pedir uma coisa, qualquer coisa no mundo tu me darias? - Caio liga o abajur liga o aparelho de som para ouvir um pouco de Cartola, pára encara seriamente Dan, e depois vem aquele grande, quente e mágico sorriso se chocar contra o humor duro e melancólico de Dan. - Claro que sim, basta me pedir.
- Então casa comigo. Vamos morar juntos. Vamos casar realmente. O que me dizes.
- Aceito,  aceito. Aceito! C-a-r-a-m-b-a! Estamos noivos, acho isso maravilhoso.
- Caio... Tu achas que a diferença de idade entre nós dois vai atrapalhar alguma coisa?
- Bem, Dan, quando eu tiver com 150 anos e tu com 160 acho que isso não fará muita diferença. Além do mais isso não me importa em nada. – Uma rápida pausa e um ar sombrio se manifesta no rosto angelical de Caio. - Tem uma tempestade dentro de mim e vou encará-la sem proteção nenhuma. Vou me deixar submergir por tudo o que eu estou sentindo.
- Por que estás falando isso meu menino?
- Eu sempre achei que era calmo quando na verdade eu fui controlado a vida toda,  na verdade eu deixo as pessoas decidirem tudo por mim. Que música eu ia ouvir, que esporte praticar, com quem andar, e até do que gostar. Isso pra não mencionar minha carreira. Sabe? Isso era confortável para mim. Eu não tinha que me preocupar com nada. Então, de repente percebi que tinha essa agonia dentro de mim o tempo todo. Tu sabes por que eu nunca fiz sexo a minha vida toda?
- Não, diz ai.
- Por que eu estava esperando por ti, todo esse tempo.
- Como assim?
- Eu percebi que eu não consigo fazer sexo apenas por fazer, quero que a minha primeira vez seja alguém realmente importante para mim e não uma prostitua ou alguém que eu conheci em um bar, como aconteceu com uns amigos meus. Parece uma idéia estúpida eu sei, mas fazer o que, né?
- Pelo contrario achei honesto e bonito de sua parte.
- Dan, se eu te pedir uma coisa qualquer coisa no mundo inteiro tu me daria?
- Sim, o que?
- É uma coisa que só tu podes me dar e que tu quase nunca usas: teu sorriso. Sorri para mim.




Alonso dos Andes

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Esperar a Chuva passar (3° passar)




Às vezes um desânimo se apodera do corpo de Dan e o deixa letárgico, ansioso, para enfim o deixar entediado e melancólico. Apressado ele arruma uma mochila colocando roupas dentro, abre a gaveta pega preservativos, arruma os documentos de trabalho para o próximo dia, veste-se, pára e respira cansado, a mistura de excitação, desejo e desanimo complicam-lhe o raciocínio. Por sua vez Caio tenta conversar com Dom em quanto o este prepara as refeições, contudo ele não consegue terminar um único pensamento, anda de um lado a outro, deixando o amigo agoniado com toda aquela agitação.
- Caio, eu sugiro que tu vás tomar um banho enquanto o teu Lobo Mau não vem.
- Lobo Mau? Por que Lobo Mau?  - Dom apenas riu da sua própria piada enquanto o amigo se retirava para o banho. Os pingos de chuva que se debatem contra pára-brisas do automóvel de Dan que vai acompanhando o ritmo cardíaco do motorista, ora rápido e relâmpago, ora calmo e sereno. A água molha o corpo do pensativo Caio, mais uma vez se pega pensando em sua vida, em todas as suas namoradinhas, em fazer ou não sexo, em virgindade, dinheiro, nos pais falecidos, em futebol, medicina, nos amigos e em Dan, há algo que o liga muito ao primo, mas que ainda não descobriu. Quando a campainha toca Caio sai de seu transe agudo para sua casa e para o que nela acontece. Dan olha surpreso para a figura do rapaz que o atendeu, parecia um roqueiro moderno que usa roupas de grifes e com tatuagens a mostra e seu cabelo desgrenhado.  Apressadamente Caio se veste colocando as primeiras roupas limpas que encontrou, veste-se com suas roupas de futebol, na camisa número 7 como seu sobrenome escrito. Os olhos de Dan brilharam assim que o avistou, estava parecendo como em seu sonho pornô. Percebendo a situação Dom os encaminha a sala de jantar, os serviu, pegou uma garrafa de uísque e discretamente se despede do amigo. O almoço corre silencioso até que Dan fitando os olhos de Caio pergunta:
- Caio o que tu queres comigo?-Aquela pergunta intimidou Caio de uma maneira profunda. – Sabe eu quero muita coisa contigo, meu menino, mas para isso eu preciso me sentir seguro.
-Eu não sei o que dizer, estou um pouco assustado, tudo está sendo muito rápido mas eu sei que te amo, te amo muito Dan.
Deitados lado a lado, com os lábios selados e os olhos atentos para tudo o que o outro fizesse. Dan quer muito sexo, quer aprofundar seu amor de uma forma erótica, mas Caio é cuidadoso e cauteloso com essas coisas, ele tem uma idéia de transar com a pessoa certa, na hora certa. A dúvida o corroia por dentro, seria Dan a pessoa para quem ele se guardou a toda a vida.
- Desculpe, acho que eu sou um idiota romântico, to parecendo uma menina com esse papo de virgindade, pessoa certa.
- Não seja machista, meu bem, se tu não estás pronto eu espero, quando se sentires à vontade nos faremos amor.  Sem pressão, sem pressa.
Timidamente Caio coloca a mão sobre o falo de Dan, este por sua vez riu. Beijaram-se, masturbara-se e dormiram. Então a chuva passou.